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O que é a cognição?

  • Foto do escritor: Aline Oliveira
    Aline Oliveira
  • 18 de abr. de 2023
  • 5 min de leitura

Atualizado: 26 de set. de 2023

O que é a cognição?


O termo vem da raiz latina cognoscere, que significa “conhecer”. Quando falamos de cognição, geralmente fazemos referência a tudo o que está relacionado com o conhecimento. Em outras palavras, a acumulação de informações que adquirimos através da aprendizagem ou experiência.


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A definição mais aceita é a capacidade de processar informações através da percepção que são os estímulos que recebemos através dos nossos sentidos, que são desenvolvidos através das experiências junto a nossas características pessoais, que nos permitem integrar todas essas informações para avaliar e interpretar nosso mundo.


Em outras palavras, a cognição é a habilidade que temos para assimilar e processar as informações que recebemos de diferentes fontes a fim de que sejam convertidas em conhecimento.


A cognição inclui diferentes processos cognitivos, como a aprendizagem, atenção, memória, linguagem, raciocínio, tomada de decisões, etc…, que obtemos a partir do nosso desenvolvimento intelectual e experiências.


Diferentes disciplinas estudaram a cognição, como a neurologia, psicologia, antropologia, filosofia, etc. Porém, foi a psicologia cognitiva quem começou a analisar em profundidade como o processamento de informações influencia o comportamento e que relação têm os diferentes processos mentais na aquisição do conhecimento.


A psicologia cognitiva surgiu no fim da década de 1950 como oposição ao comportamentalismo predominante no momento. Autores como Piaget e Vigotsky revolucionaram o panorama científico com suas teorias sobre o desenvolvimento e a aprendizagem cognitiva, ainda relevante na atualidade. No início da década de 1960, o interesse na cognição e nas habilidades cognitivas cresceu exponencialmente, e a pesquisa que gerou nos permitiu saber mais sobre esses processos.


Os avanços na área da neuroimagiologia nos permitiu proporcionar um conhecimento psicológico e neuroanatômico para esses estudos, que são importantes para compreender os processos mentais e como eles influenciam nosso comportamento e emoções.


A cognição tem processos diferentes como: percepção, atenção, memória, raciocínio, linguagem e aprendizagem. Cada uma dessas funções cognitivas funcionam em conjunto para integrar os novos conhecimentos e criar uma interpretação do mundo que nos rodeia.


A PERCEPÇÃO: A percepção cognitiva nos permite organizar e entender o mundo através de estímulos que recebemos dos diferentes sentidos como a vista, a audição, o gosto, o cheiro e o tato. Enquanto a maioria das pessoas conhecem os sentidos mais comuns, outros menos conhecidos como a propriocepção (estímulo que percebe inconscientemente nossa posição no espaço e determina a orientação espacial) e a interocepção (a percepção dos órgãos no corpo. É o que nos permite saber quando temos fome ou sede). Quando o estímulo é recebido, nosso cérebro integra todas as informações, criando uma nova memória.


A ATENÇÃO: A atenção é o processo cognitivo que nos permite concentrar em um estímulo ou atividade para processá-los mais profundamente depois. A atenção é uma função cognitiva fundamental para o desenvolvimento de situações cotidianas, usada para a maioria das tarefas que realizamos no dia a dia. De fato, foi considerada um mecanismo que controla e regula o resto dos processos cognitivos: da percepção (precisamos da atenção para focar em um estímulo que nossos sentidos não alcançam) à aprendizagem e processos complexos de raciocínio.


A MEMÓRIA: A memória é a função cognitiva que nos permite codificar, armazenar e recuperar informações do passado. É um processo básico para a aprendizagem, pois é o que nos permite criar um sentido de identidade. Existem muitos tipos de memória, tais como a memória de curto prazo, a habilidade para reter informações do passado durante um curto período de tempo (lembrar de um número de telefone até anotar ele em um papel) e a memória a longo prazo, todas as memórias que mantemos durante um período longo de tempo. A memória a longo prazo pode ser dividida em grupos mais pequenos, a memória declarativa e a memória processual.


A memória declarativa consiste no conhecimento adquirido através da linguagem e da educação (como os conhecimentos sobre a Segunda Guerra Mundial, finalizada em 1945), e também os conhecimentos aprendidos através das experiências pessoais (lembrar do que minha avó fazia para mim).

A memória processual faz alusão à aprendizagem através das rotinas (saber como dirigir ou andar de bicicleta). Outros tipos de memória são a memória auditiva, memória contextual, nomeação e o reconhecimento.


O PENSAMENTO: O pensamento é fundamental para todos os processos cognitivos. Nos permite integrar todas as informações recebidas e as relações estabelecidas entre os acontecimentos e conhecimentos. Para isso, ele usa o raciocínio, a síntese e a resolução de problemas (funções executivas).


A LINGUAGEM: A linguagem é a habilidade para expressar os pensamentos e sentimentos através da palavra falada. É uma ferramenta que usamos para comunicar, organizar e transmitir informações que temos sobre nós mesmos e o mundo. A linguagem e o pensamento se desenvolvem em conjunto e estão estreitamente relacionados, além de se influenciarem mutuamente.


A APRENDIZAGEM: A aprendizagem é o processo cognitivo que usamos para incorporar novas informações a nosso conhecimento prévio. A aprendizagem inclui elementos tão diversos como os comportamentos ou hábitos, tais como escovar os dentes ou aprender a andar, e como realizar essas ações através da socialização. Piaget e outros autores já se manifestaram sobre a aprendizagem cognitiva como processo de informação, entrando em nosso sistema cognitivo e alterando ele.


Os processos cognitivos podem ocorrer de forma natural ou artificial, consciente ou inconsciente, mas geralmente são rápidos e funcionam constantemente sem a gente perceber. Por exemplo, quando estamos na rua e vemos um semáforo ficar vermelho, iniciamos o processo cognitivo que nos indica que temos que tomar uma decisão (atravessar ou não). A primeira coisa que devemos fazer é prestar atenção ao semáforo, através da vista percebemos que está vermelho. Em apenas alguns milissegundos, obtemos da memória que quando o semáforo está vermelho não devemos atravessar, mas também lembramos que, às vezes, se não há nenhum carro, então podemos atravessar. Aqui é quando provavelmente tomarmos a primeira decisão: esperar até o semáforo ficar verde, ou olhar para a direita e à esquerda (alterando novamente nossa atenção) para comprovar se há algum carro passando.



Como melhorar nossos processos cognitivos?

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REDUZIR O NÍVEL DE ESTRESSE: O estresse aumenta os níveis de cortisol, que ataca a mielina dos axônios e impede a transmissão eficiente das informações. Se somos capazes de reduzir o estresse em nossas vidas, podemos ser capazes de melhorar nossa cognição, pois a redução do estresse melhora as conexões sinápticas. Manter uma atitude positiva nos torna mais criativos para solucionar problemas e provavelmente mais flexíveis cognitivamente.


MEDITAÇÃO (ato ou efeito de meditar, de pensar com grande concentração de espírito).: A meditação também pode ajudar a cognição. Durante os últimos anos, surgiram mais estudos focados nos efeitos da meditação durante os processos cognitivos. Ela requer concentração e atenção consciente, que, como foi mencionado, são importantes para a criação de novos circuitos funcionais. O estudo parece apoiar essa ideia e a meditação foi relacionada com as melhoras nas áreas da atenção, memória, funções executivas, velocidade de processamento e a cognição geral.


EXERCÍCIO FÍSICO: Fazer exercício também pode ajudar a melhorar a cognição. Não precisam ser atividades particularmente intensas. De fato, caminhar durante 45 minutos, 3 vezes por semana, parece que ajuda a melhorar a memória e o raciocínio (funções executivas), e praticar Tai-Chi melhora principalmente o funcionamento executivo.



Fonte e fotos CogniFit - Cognição e ciência cognitiva


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